. Tenho rezado todos os dia...
Ela crescera a pensar que o amor acontecia e existia como nos contos de fadas. Para sem pre. Mas um dia constatou que o amor é efémero e que os príncipes são feitos apenas de letras.
A valorização daquele conceito mudara de patamar, descendo um degrau. Quando a confiança chega a um determinado ponto onde já não há descoberta a relação sofre o processo inverso à da construção.
Logo ela substituíra o amor pela amizade, cozinhando relações
Os amores são efémeros. Os amigos não são eternos.
Questionou-se sobre a necessidade desses dois conceitos isentos de sentido, esperando sempre que as suas respostas não fossem verdadeiras.
Leonoreta
Os meses de Maio e de Junho são tímidos na sua natureza. O sol tão depressa desponta por entre as nuvens como a seguir se esconde no meio delas, ainda chuviscando, ainda fazendo frio.
Ele apareceu de gabardine beje claro. Ela vestia um blazer curto da mesma cor. Abrigaram-se de uns pingos de chuva que teimavam em molhar aquele encontro que surgiu tão inesperado.
- Quero dar-te um abraço. – disse ele ao telefone.
- Estás cá? – perguntou ela contente pela surpresa.
No banco de pedra do jardim, falaram de coisas triviais, pueris, daquele homem que vive enquanto preocupado com o tempo e do outro homem que vive enquanto preocupado com as horas. As horas não interessam para o homem do tempo.
- Gosto das coisas que tu escreves. – disse ele.
Ela sorriu vaidosa e agradecida pelo tempo que ele lhe dedicava.
As coisas que ela escrevia! Momentos reais da memória enlaçados com momentos sonhados do desejo. Ela nem sabia porque escrevia o que escrevia. Impulsos de recriar uma realidade onde ela era a heroína.
Na despedida deram um abraço. Um abraço morno e apertado de quem andava de mãos dadas há já algum tempo de um tempo sem horas.
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