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Sexta-feira, 13 de Junho de 2008

Agora ficas tu

 

Quando eu me demoro a chegar à sala depois do intervalo há sempre alguém a vigiar a porta, uns metros mais à frente, para que os outros escrevam tudo o que quiserem no quadro e a professora não ver.
 
Depois, quando o vigia me vê a aproximar corre para que os colegas tenham tempo de apagar o quadro.
 
E desta vez a escolha recaiu no Nichita. Nichita já fala bem. Já diz “eu percebo”. Já diz “posso distribuir?” (os trabalhos feitos ao longo da semana que precisam de ser arrumados no dossier). Já diz “posso ir eu?” (quando eu peço um voluntário para ir ao quadro.
 
Mas Nichita distrai-se e quando me vê quase em cima dele tem um susto que não consegue disfarçar. Corre à minha frente a gritar “PROFESSORA, PROFESSORA”.
 
Não escrever no quadro na minha ausência é uma regra de sala de aula a fim de evitar conflitos pela posse do giz e do espaço da ardósia.
Antes de eu entrar na sala, entro na casa de banho e conto até trinta. Quando entro na sala, o quadro está limpo, está tudo sentado em silêncio.
 
Olho para o quadro. Olho para eles.
 
- Será que apaguei o quadro antes do intervalo? – pergunto “espantada” porque fica sempre matéria escrita.
 
Ninguém responde. Entreolham-se comprometidos à espera do que virá depois.
 
- Bom! Se calhar apaguei. Filipe começa a ler o texto.
 
E todos abrem o livro aliviados de uma possível punição.
 
No contexto de sala de aula não há receitas para controlar comportamentos indisciplinados mas uma coisa o tempo me ensinou: o castigo só os agrava.

 

 

Leonoreta


publicado por leonoreta às 20:20

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