Pela primeira vez comecei um ano lectivo na mesma escola com os mesmos alunos e com a maior parte dos colegas do ano anterior.
E há, sem dúvida, uma diferença muito grande.
Este ano não sonhei com portas sem número, medo consciente de me perder nos caminhos para chegar à nova escola. Não tive de descobrir transportes e adaptar-me a novos horários de saída e entrada em casa.
Não tive de me apresentar a novas colegas e descobrir que temperamentos teria pela frente. E sobretudo não tive de despedir-me. Não que não goste de conhecer pessoas mas há um desgaste emocional nas apresentações e nas despedidas.
Agora há um trabalho continuado, material e afectivo. Todos conhecem os tempos e os espaços.uns dos outros. E tudo corre bem.
Leonoreta
Há três anos e pouco que iniciei o blog.
Na altura foi um grande entusiasmo. Escrevia que me fartava. Visitava os outros blogs. Alguns tornaram-se passagem obrigatória até hoje. Procurava imagens. Publicava fotos. Mudava as músicas amiúde.
Tive algumas dores de cabeça por não saber manusear o blogger. Perdia posts. Perdia imagens. Uma vez perdi o blog. Andava desolada.
Com o tempo fui espaçando as minhas publicações. Cada vez mais e mais.
Por falta de tempo. Por falta de assunto. Por falta daquelas pessoas a que já me tinha habituado e acabaram com os seus blogs.
As coisas mudam. Levamos anos a fazer sempre a mesma coisa e de repente as coisas mudam. Ou então não mudam de repente. Mudam devagarinho. Acontece uma coisa agora. E outra daqui a bocado. Acontecimentos sem importância a que até nem damos significado nenhum mas que são um prelúdio para o grande acontecimento, aquele que muda a nossa vida em 180 graus.
E assim de repente, ou devagarinho, fiquei sem tempo para o meu blog, porque desvio a minha motivação para outro acontecimento, acumulação de prelúdios. E, contudo, sem querer perdê-lo de vez, vou à gaveta e nada. Nem um texto da Ana e Leonor, nem um Fragmento, nem um momento da escola.
Apenas o vazio de uma gaveta à espera de mais tempo para ela.
Leonoreta