Sexta-feira, 31 de Agosto de 2007
Em primeiro lugar quero agradecer à Lusitana ter-me inserido na sua corrente da amizade e pelas palavras bonitas com que indiciou estes Improvisos.
Lusitana, eu não faço a escolha de blogs devida porque não conseguiria dormir se deixasse algum de fora.
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Sempre que ela entrava naquele espaço branco a paz que ela desejava invadia-lhe os sentidos.
Poucos móveis. Apenas os necessários. Poucos objectos. Quase nenhuns. Não eram precisos. Ela gostava assim. O silêncio da privacidade de quatro paredes.
As cortinas transparentes, ora deixavam passar os raios de sol quando os dias eram claros ora o cinza deslavado dos dias nublados. Em frente, o rio corria sempre na mesma direcção. Às vezes frenético, às vezes calmo, levando sempre consigo destroços de madeira. Naquele dia ele abriu as portas da varanda e juntos no varandim apreciaram aquelas águas meio lamacentas.
- Gostei do que escreveste.- disse ela.
- Gostaste? Escrevi para ti.
Naquele espaço branco tudo era calmo e bom.
Leonoreta
De
António a 31 de Agosto de 2007 às 18:39
Querida Leonor!
Um texto que me parece pessoal e intimista.
Será que acertei?
Beijinhos
De
heretico a 31 de Agosto de 2007 às 21:51
a vida imita a literatura...
excelente domínio da escrita.
De Lusitana a 31 de Agosto de 2007 às 23:57
:D Compreendo a tua posição...
Texto... sempre muito bem escrito :) , é o que eu digo... sempre aprendo um pouquinho mais de português sempre que leio um post teu :D
beijinhos *
De
haddock a 2 de Setembro de 2007 às 01:26
os melhores "conhecimentos" não nos são formalmente apresentados.
e leonor é nome da (nossa) família.
mais um inspirado momento baptismal...
e o que escrevemos também é para ti...
e somos rebeldes... às regras da (boa) escrita...
(e é difícil comentar aqui! )
abraço
De pedro alex a 3 de Setembro de 2007 às 14:39
Sou um fã incondicional dos teus fragmentos. No início julgava-os herméticos ,sem possibilidade de os comentar, fui lendo e sentindo-os de forma diferente.
Um Must...
De
alexiaa a 3 de Setembro de 2007 às 21:45
Acho que ha sempre um dia em que inevitavelmente prolongamos os espaços calmos e bons a "varandas" um pouco mais pertinentes!
Não estou aqui a interpretar o que escreveste, estava a pensar em mim, no que as vezes anseio transpor certos...niveis!
Beijo Leonor
De
leonoreta a 3 de Setembro de 2007 às 22:09
alexia
poderias interpretar o meu texto como quisesses. mas acertaste na mouche. quando escrevo é para o leitor se transpor para alem deles com os seus textos e me dizer porque.
beijinhos
De almapater a 29 de Setembro de 2007 às 14:31
Era alto Outono, pela certa.
Historicamente, o nome veio-lhe dessa cor inimitável que lhe carrega nas entranhas a terra lamacenta da turbulência de sempre, mesmo quando aparentemente, se faz dourado nos reflexos do sol.. Restos de vimes arrancados aos socalcos mais baixos, tábuas luzidias de limo verde e negro, arrancadas aos fundos de seixos rolados e escorregadios, lágrimas de sangue, arrancadas aos corações dos homens que se lhe dão.
Douro é o branco do conforto e da paz.
( Brindo a ti)
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