O que eu vou dizer não tem nenhum fundamento científico. Parte da minha especulação e é por isso puro senso comum. E a minha representação de problema alcançada da minha experiência.
Entendo por problema uma situação que me obriga a uma escolha. Há situações que não me oferecem dúvidas mas outras há que me deixam vacilante por desconhecer até que ponto a alternativa é melhor.
Por exemplo, olho para a montra de uma loja num centro comercial e gosto da blusa que está no manequim que é dois números abaixo do meu.
Surge o problema: será que há uma blusa para o meu tamanho?
A menina diz que sim. Óptimo. Problema resolvido. A menina traz-me uma blusa verde e outra vermelha. Novo problema. São as duas engraçadas mas só posso levar uma. Opto pela verde sempre a pensar na vermelha. A mesma obsessão teria se escolhesse a vermelha.
Olho para o relógio. É cedo e não me apetece ir para casa. Ainda tenho tempo para ver um filme e passo pelo cinema.
Novo problema: dois filmes me agradam mas não sou ubíqua. Que maçada! A ubiquidade é que me dava jeito para algumas coisas.
Bom! Lá me decido pela comédia romântica. Problema resolvido. Quando me sento, atrás de mim comem pipocas. O som ensurdecedor abafa o diálogo do filme. Que alternativa?
Vivemos a vida toda com problemas para resolver. Temos sempre um problema entre mãos. Isto é, quando resolvemos um problema, logo a seguir temos outro para testar a nossa paciência.
Por isso aconselho: deixem-se estar com o vosso primeiro problema. Deste modo, o segundo não aparece.
Afinal, quem é que nos garante que o problema que vem a seguir é mais suave? É provável que nem haja problemas suaves e problemas difíceis. O que os torna mais isto ou menos aquilo é a nossa disposição física e mental no momento para lidar com o assunto.
Os problemas são precisos, dirão alguns de vós, servem para dar cor à vida.
Claro que sim. É que se não tivéssemos problemas para resolver viveríamos num perfeito marasmo da felicidade.
Leonoreta
De almapater a 26 de Abril de 2008 às 12:59
Cara
Duas notas, percorrendo as margens que o seu riacho ( post) banha.
1ª –“ Não há amor como o primeiro, nem luar como o de Janeiro”. Mergulhando no seu texto. – Mentira. 95% deles, já perceberam a sua tese ( constatada e constatável). Mais vale um problema (conhecido) na mão que dois problemas a voar. E como vc sabe, há imensa gente com fobia a aviões.
2ª – “Problemas de vida ou de morte irresolúveis? Garantidamente 95% deles, no fim, dão em… Pizza” (Brasileirismo, que retrata com rigor a situação) – Verdade. Esmagadoramente, os problemas são meras projecções de “provas de vida”. Maioritariamente, auto infligidas.
Moral da história. – Não há (realmente) nenhum problema, quando se percebe, que o seguinte, tem potencial para ser sempre maior. Tudo o que precisamos, é de horizontes largos. Porque aí, garantidamente, vemos a dimensão infinita do que poderá estar para vir, anulando pela pequenez o que se tem entre mãos.
Tenha uma boa semana. Viva o 25 de Abril.
ola almapater.
viva o 25 de abril. sempre.
beijinhos e obrigado por ter passado por aqui e ter comentado.
Comentar post