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Sexta-feira, 27 de Julho de 2007

O trabalho é um fardo

Sempre vi o trabalho como uma acção dignificante da pessoa humana e. por isso, trabalhar nunca me assustou. Porém, pessoas mais prevenidas do que eu e que gostavam de mim, alertaram-me para as diferentes categorias que o trabalho pode ter.

Assim, temos o trabalho, o emprego e a sinecura.

No primeiro, trabalha-se muito e recebe-se pouco.  No segundo, trabalha-se o normal e recebe-se o normal. No último, trabalha-se pouco e recebe-se muito.

 

Arregalei os olhos quanto aos aspectos sedutores de uma sinecura mas avisaram-me logo com o indicador em riste encostado ao meu nariz.

- Minha querida, isso não e para ti. É só para ministros.

- Mas eu posso vir a ser ministro…- disse eu  esboçando um sorriso tímido mas confiante.

- Porquê? Conheces gente importante? – o dedo continuava cada vez mais ameaçador junto ao meu nariz, obrigando-me a inclinar a cabeça para trás.

 

Não conhecia e risquei a sinecura dos meus intentos.

 

Ora bem, gosto de trabalhar sim senhor mas não partilho propriamente da ideia de Adam Smith, o grande teórico da economia capitalista, que exige do trabalhador a desistência “da sua tranquilidade, liberdade e felicidade”. Penso mais como Edward Bellamy que considera o trabalho um fardo que deve ser evitado mas… caso não possa ser evitado… deva ser ultrapassado na vida o mais cedo possível, de modo a que o máximo tempo de vida das pessoas possa ser desfrutado no lazer.

 

Foi assim, tendo em conta aquelas três dimensões já referidas anteriormente que eu escolhi o ensino. Não se trabalhava muito e recebia-se razoavelmente. Puro engano. Dar aulas não é complicado. É certo que os meninos se portam mal, mas se os meninos se portam mal a culpa é do professor que não sabe controlar o ambiente da sala de aula. Quem se queixa disto deixe de ser professor.

 

A complicação actual do professor está no preenchimento de questionários enormes de pergunta fechada e de pergunta aberta sobre as actividades curriculares, as actividades não curriculares, as actividades extra curriculares, se lemos os livrinhos recomendados no plano nacional de leitura e porquê, se não lemos e porquê…

Os questionários nascem diariamente pelas frinchas mais pequenas do Fax. Parecem baratas. Bem tento tapar todos os buracos da máquina com bostik mas o papel fura o emplastro.

 

Agora sou eu que estico o dedo ao nariz dos outros:

- Ser professor deixou de ser emprego, ouviu?. Passou a ser trabalho, ouviu?. Tenha cuidado. Só o aviso.

 

Seja como for, já estou de férias.

 

 

 Leonoreta

 

 


publicado por leonoreta às 12:21

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