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Sexta-feira, 30 de Novembro de 2007

fragmentos dela, dele e às vezes dos outros. (17)

Ou era o chão que estava torto ou era a estante que estava coxa.

Quando ela puxou um livro que teimava em não sair de entre o aperto de outros livros, a estante oscilou para a frente e a caixa de cartão enfeitada de flores rosa onde ela guardava  fotografias soltas caiu da ultima prateleira  e todo o seu conteúdo se espalhou pelo chão.

Fotos analógicas, em papel brilhante e papel baço, do tempo em que não se pensava em digital. Algumas tinham escritos o local a data por trás. A maior parte delas tiradas com a sua máquina kodak oferta dos pais quando fez doze anos. Automática, sem velocidades e sem aberturas.

- Olha para mim!- gritou ela com a máquina apontada para ele. Ele olhou e ela disparou.- agora tira-me uma a mim!

- Encosta-te ao canhão para apanhar parte do Paço pelas ameias do castelo. – disse ele.

Depois alguém lhes tirou uma foto juntos mas no meio de tanta foto solta  ela não achava essa. Ficou a olhar aquelas duas, perguntando se lá no céu ele estaria a ver as fotos com ela.

 

Leonoreta


publicado por leonoreta às 14:04

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