Temos no cérebro uma estrutura subcortical situada no sistema límbico, no lobo temporal, chamada amígdala.
Por coincidência, esta estrutura tem o mesmo nome de outras estruturas, de forma arredondada, localizadas na garganta que, acredita-se, sirvam para ajudar a evitar infecções.
A outra amígdala, a do cérebro, tem uma função diferente. Ela analisa automaticamente os perigos de uma situação e alerta-nos para esses perigos a fim de darmos uma resposta airosa.
Vou dar um exemplo: entro no metro. Está apinhado de gente. Pessoas comprimidas umas contra as outras. Odores nojentos dos sovacos empestam o ar que se respira.
De repente, entra um leão fugido do jardim zoológico. A amígdala daquelas pessoas age rapidamente e numa corrida precipitada largam as carruagens em direcção à saída mais próxima. Atropelam-se pois! Mas isso que importa? Já se atropelavam antes de haver algum leão que as ameaçasse.
Porém, a minha amígdala, perante tal situação, quer alertar-me mas tem alguma dificuldade em fazer-me sair de um estado de apatia forçada devido ao congestionamento físico a que fui sujeita. Apesar de tudo lá consegue pôr-me a pensar nos quatro EFES teorizados pelos neurologistas ingleses.
Fujo? (Flight)
Não consigo. Estou petrificada (Freeze)
Luto? (Fight) Sim, claro. Se para fugir é demasiado tarde, então luto com o leão. Afinal eu tenho um curso de domadora de leões: calma, que o bicho é manso, penso eu.
Vejo o leão avançar na minha direcção. Arregalo os olhos. Um som fininho, contínuo, invade os meus ouvidos. Desmaio (Faint).
Acordo no hospital. Não tenho ferimentos. O leão não me quis pelo cheiro nauseabundo da minha roupa por andar em transportes públicos às cinco da tarde.
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