. Fragmentos dela, dele e à...
- De que cor é a tua lingerie? – perguntou ele.
Ela ficou surpresa pela pergunta e sorrindo respondeu:
- É branca.
- É sempre branca?
- Não necessariamente. Às vezes é azul clara. Às vezes é creme. – ela baixou os olhos para brincar com o copo vazio, rodando-o sobre a mesa.
Ele ainda bebia o copo de leite e comia o bolo. Àquela hora da tarde ainda não tinha almoçado, dissera ele.
- De algodão? – ele engolira o último bocado de bolo.
- Porquê de algodão?
- Lembrei-me… vestes essas roupas meio hippies…
Era uma pastelaria um pouco antiga, familiar, meio escondida numa esquina entre duas ruas de um bairro ligeiramente movimentado. Ele acendeu um cigarro e alguém lhe pediu lume. Ela continuava a sua brincadeira com o copo mas agora olhava para ele.
- Dormes de pijama?- continuou ele ao mesmo tempo que expelia o fumo do cigarro.
- Eu o quê? – ela ria incrédula com as perguntas que ele lhe fazia.
Ele esperava pela resposta com um ar falsamente sério, cofiando a barba grisalha que lhe dava um ar tão sedutor. Ela demorava a resposta, divertida e envergonhada ao mesmo tempo.
- Estou a gostar muito de estar aqui a conversar contigo. – disse ele – mais do que da primeira vez.
Também ela estava a gostar. Tanto como da primeira vez.
Leonoreta
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